O calendário avança e o nervosismo cresce. Dos exames nacionais depende o futuro dos que veem na Universidade um sonho a alcançar. A expectativa é grande, sobretudo para os candidatos aos cursos com médias muito elevadas. Mas não há milagres. O acesso à tão desejada vaga não se faz da noite para o dia. Apenas um estudo realizado ao longo do ano escolar garante um final feliz. Com a primeira fase dos exames nacionais do ensino secundário marcada de 18 a 26 de junho, e a segunda entre 13 e 18 de julho, o EDUCARE.PT deixa alguns conselhos sobre como estudar.
A preparação para um exame não se faz na véspera. Por esta altura, espera-se que os alunos já tenham consolidado as matérias em que vão ser avaliados. Há imensos manuais de apoio à realização das provas, mas os alunos não devem excluir os seus próprios apontamentos. Fazer resumos e exercícios é sempre aconselhável para qualquer disciplina. No site do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) em www.gave.min-edu.pt, do Ministério da Educação, estão disponíveis os enunciados das provas dos anos anteriores.
Evitar que a ansiedade nos faça sublinhar todos os textos dos manuais e perder de vista o essencial requer alguma confiança. Ainda há tempo para tirar dúvidas com os professores. E pedir ajuda nas matérias mais esquecidas. Mas cuidado, é preciso orientar bem o esforço.
Gerir o tempoTer o calendário dos exames sempre presente é essencial. Atenção! Este ano letivo as novas regras determinam a não admissão à segunda fase dos alunos que faltarem à primeira, apenas se poderão candidatar quem nela reprovar ou quiser melhorar a nota obtida. São muitas as disciplinas - Português, Filosofia, Matemática, Biologia e Geologia, História, Inglês, Francês, Desenho, Geometria Descritiva, Física e Química, Economia, etc. -, por isso é essencial que cada aluno elabore um esquema para distribuir o tempo de estudo necessário para as provas que terá de realizar. Os menos esforçados ao longo do ano, terão agora de despender mais horas para o estudo.
A revisão das matérias deve ser orientada sobretudo para as manhãs e as tardes. A realização das provas dos anos anteriores pode ser feita em dois momentos distintos, consoante os objetivos: fazer um diagnóstico dos conhecimentos ou, uma vez consolidados, testá-los. Importa não desanimar com o insucesso da resolução das primeiras provas. A ideia é perceber onde existem dúvidas para direcionar melhor o esforço, consoante o tempo disponível. As aulas terminam a 8 de junho para os estudantes do 11.º e 12.º anos e a 15 de junho para os do 10.º ano. Antes de as aulas terminarem é aconselhável esclarecer as dúvidas com os professores.
Durante a resolução das provas, em casa, os alunos devem também aproveitar para ler com atenção os critérios de avaliação das perguntas. As "soluções", à semelhança dos enunciados disponíveis, estão no site do GAVE e constituem uma ótima maneira de conseguir preparar as respostas no sentido de obter a máxima pontuação. Determinar aproximadamente quantos minutos despender em cada resposta, tendo em conta a duração da prova e o número de questões, pode ajudar a gerir melhor o tempo de escrita. Sem pressas, mas com ritmo. Reservar entre 10 e 15 minutos para a revisão final do que se escreveu permite ainda corrigir gralhas ou mesmo detetar falhas.
Bem-estar físico e mentalA pressão é muita, por isso, a época de exames requer mais cuidados com a alimentação, o exercício e o sono. Fruta e sumos naturais são bem-vindos pela manhã, mesmo a quem não dispensa o café com leite e o pão com manteiga. O pequeno-almoço é considerado pelos nutricionistas a refeição mais importante do dia. Mas não significa que tanto o almoço como o jantar possam ser descurados. Estes devem começar sempre com uma sopa ou uma salada. E incluir o habitual "prato completo": carne (de preferência branca) ou peixe, arroz, massa, ou batata (a ocupar um quarto do prato) e legumes. No fim, uma peça de fruta. Doces, refrigerantes e álcool são contra indicados. Desaconselha-se a ingestão de café em doses que ultrapassem um ao dia, depois do almoço.
Durante a época de exames, é natural que muitas das atividades de lazer sejam reduzidas. O exercício pode sair prejudicado. Mas é preciso sempre ter em conta o efeito relaxante de uma caminhada, após uma jornada de estudo. Uma ida à piscina municipal num intervalo de descanso ou após a realização de uma prova pode ter um efeito "antisstressante" surpreendente. De igual modo, as horas normais de sono devem ser respeitadas. Ainda que muitos estudantes defendam as vantagens de uma noitada passada sobre os livros, os especialistas em saúde não se cansam de encontrar malefícios nesta prática. Até porque dormir de dia em vez de noite altera o ritmo do organismo: gera mais fadiga, aumenta a probabilidade de dores de cabeça e faz oscilar o humor. Em suma, perde-se o mais importante a ter nesta fase: produtividade.
Uma última reflexão destinada aos pais: devem ajudar os filhos a manter a mente sã. O nervosismo, a ansiedade o stress são fatores desestabilizadores em qualquer idade, mas entre os jovens que se preparam para um exame podem atingir níveis bastante prejudiciais à sua saúde. Não é o momento de recriminações. O aluno pode não ter sido esforçado ao longo do ano, os pais podem ter razão de queixa, mas o "ajuste de contas" pode esperar até à publicação dos resultados. Se as boas notas não surgirem na primeira fase, resta a segunda. E em último caso, o insucesso pode ser revertido, com mais esforço, no próximo ano.
In: http://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=14030&langid=1
